Os planetas
O sol e as estrelas sempre despertaram fascínio e temor na espécie humana. Nossos mais longínquos antepassados associaram ao sol a fonte de calor e luz, personificando-o como um deus. O céu noturno foi lentamente povoado de deidades.
Com o tempo, viram que nem todas as
estrelas estavam fixas, havia sete viajantes (planetas em grego). Um era o sol.
Outro era a Lua, que muda a cada quatro semanas.
Dois deles só são vistos próximos ao sol,
no entardecer ou amanhecer. O mais rápido foi chamado pelos gregos de Hermes
(Mercúrio em Latim). O segundo, o mais brilhante, assemelhava-se a uma pedra
preciosa, por isso chamado de Afrodite (Vênus), a deusa do amor e da beleza.
O seguinte tem uma coloração avermelhada,
associado ao sangue e à guerra, cujo deus é Ares (Marte). A seguir, vem o
planeta mais brilhante do céu durante toda a noite, recebeu o nome do
governante dos deuses, Zeus (Júpiter). O último, era o mais lento e de brilho
fosco, batizaram-no com o nome de um deus idoso, Kronos (Saturno).
Por coincidência, eram sete os planetas,
sete os metais (conhecidos então) e sete os dias da semana (definido pela Lua,
Cheia, Minguante, Nova e Crescente). Assim, cada metal foi associado a um
"planeta": o ouro ao sol, a prata à lua, o cobre (naquele tempo raro e precioso)
a Vênus, Mercúrio ao próprio (por ser líquido e de rápida movimentação), o
ferro a Marte (as armas eram de ferro), o estanho a Júpiter e o chumbo a
Saturno (daí a doença ser chamada saturnismo).
Para os gregos (Atenienses em especial), o
universo fora criado por divindades, assim era lógico supor que deveria cumprir
certas regras. A Terra seria o centro do universo e todas as estrelas e
planetas a orbitavam (do Latim circular).
Porém, o desenvolvimento da matemática e
das técnicas de observação levaram o astrônomo e padre polonês Nicolau
Copérnico, em 1.543, a propor um sistema diferente: o Sol seria o centro do
nosso sistema planetário circundado pelos planetas (inclusive a Terra). Somente
a Lua orbitaria a Terra.
Copérnico imaginava que as órbitas eram
círculos perfeitos. Então, em 1.609, Johannes Kepler demonstrou que as órbitas
eram elipses.
Os astrônomos concluíram, após observarem
muitas noites, que os planetas movem-se com velocidades diferentes em suas
órbitas: mais próximos, mais rápidos. Assim, para completar uma revolução,
Mercúrio tem um período de 88 dias, 224,7 para Vênus, 365,25 para a Terra, 687
para Marte, 4.332,5 para Júpiter e 10.759,3 para Saturno.
E para calcular as distâncias foi preciso
imaginação. Utilizou-se a técnica da paralaxe (do grego, alteração de posição)
que consistiu em observar os planetas a partir de dois pontos distantes na
Terra, tendo as estrelas ao fundo.
Em 1.609, Galileu construiu um telescópio,
que ampliou os objetos celestes e permitiu medir com precisão as paralaxes e as
distâncias dos planetas.
A Terra dista do sol, em média,
149.597.870 km (esta distância é chamada de unidade astronômica ou UA).
Mercúrio dista apenas 57.900.000 km, já Saturno, 1.427.000.000 Km. Essas
distâncias significam muito.
A luz percorre 299.792,4562 Km/s, é a
maior velocidade possível (por enquanto?). A luz que deixa o Sol atinge
Mercúrio após 3,2 minutos, Vênus após 6 min, a Terra em 8,3 min, Marte em 12,7
e Saturno em 79,3. Percebe que a luz não parece ser tão rápida?
O próprio Galileu descobriu que Saturno
possuía anéis e quatro satélites (do latim subordinados) de Júpiter (receberam
os nomes de suas amadas: Io, Europa, Ganimedes e Calisto). Enquanto isso, seus
opositores insistiam que as visões do telescópio eram ilusões de ótica...
Em 1656, Christian Huygens descobriu que
Saturno possuía um satélite que foi batizado Titã em homenagens aos deuses da
época que o Deus Saturno governava. Titã ja foi considerada a maior lua do Sistema Solar
(diâmetro era estimado em 5.800 km, mas foi medido como 5.150 km, menor que Ganimedes), tem quase o dobro da nossa Lua (que é de 3.476 km).
Aliás, é maior que Mercúrio, que tem um diâmetro de 4.890 km. É o único
satélite a ter atmosfera.
Giovanni Domenico Cassini descobriu outros
quatro, foram nomeados de Reia (esposa de Saturno e mãe de Júpiter), Japeto,
Dioneia e Tétis.
Seguiram-se descobertas de satélites,
cometas, asteroides e dos demais planetas, fruto do trabalho paciente e
perseverante dos astrônomos profissionais e amadores. Exemplos para todos nós.
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