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O pequeno passo de Armstrong: sobre a história do programa espacial e Apollo

No último post, Os frades da Cantuária e a Missão Apolo (não deixe de ler), citamos a Apollo, um esforço incrível que merece um post próprio. Em 16 de julho de 1969, partia do Centro Espacial Kennedy, na Flórida, a nave espacial Apolo 11, levando para a Lua os astronautas Edwin "Buzz" Aldrin, Michael Collins e Neil Armstrong. Finalmente, em 20 de julho de 1969, o Módulo Lunar pousou e Armstrong entrou para a história como o primeiro ser humano a pisar na Lua. Ao contrário do que possa parecer, ir à Lua envolveu um grande desenvolvimento tecnológico e um suporte financeiro gigantesco. Mas, estávamos em 1961, o recém-empossado John F. Kennedy havia fracassado com a invasão da Baia dos Porcos em Cuba em abril, então, em maio de 1961, fez um discurso prometendo levar o homem à Lua antes do final da década. Não custa lembrar que os russos já haviam colocado em órbita o primeiro satélite artificial da Terra em 4 de outubro de 1957, o Sputnik. E, depois, colocaram o primeiro homem ...

Os frades da Cantuária e a Missão Apolo: impactos de meteoros na Terra acabam camuflados, mas na Lua...

A nossa lua está cravejada de crateras causadas por impactos de cometas e asteróides. O tamanho do estrago revela a energia do impacto, ou seja, revela a massa e a velocidade provável. A maioria das crateras foi escavada bilhões de anos atrás. Nos últimos milhões de anos, esse tipo de evento tornou-se raro. Mas acontece! A uns 65 milhões de anos, os dinossauros foram extintos, abrindo a oportunidade para que os mamíferos ocupassem a Terra e que nós, seres humanos, evoluíssemos e tivéssemos a nossa oportunidade de existência e capacidade de perpetuação. A cidade de Cantuária (Canterbury em inglês) fica no sudeste da Inglaterra e é o principal centro religioso do Reino Unido. É o local onde vive o arcebispo da Cantuária, líder espiritual da Igreja Anglicana. Humanos povoaram essa região desde os tempos pré-históricos. A Cantuária foi também um centro administrativo romano. Depois, a cidade foi invadida pelos bárbaros jutos, sediando o Reino de Kent. Cantuária tornou-se conhecida graças ...

As aves: são os descendentes dos dinossauros?

Uma das ciências mais fantásticas é a Paleontologia. Nos últimos anos aconteceram tantas descobertas que somente os documentários e revistas específicos nos colocam a par. E essas descobertas são de impressionar até o meu antigo professor Pascoal Turato. Observando o rio de nossa cidade, vemos que no fundo formam-se sedimentos, necessitando-se constantes dragagens. Esse processo já havia sido observado no delta do Rio Nilo por Tales de Mileto, por volta do ano 600 A.C.. As camadas mais recentes depositam-se sobre as mais antigas. Isso ocorre no mar, nos vales, por toda a Terra. Assim, basta escavar áreas de sedimentação para observar o passado. E o que descobrimos? Nas camadas superiores, espécies que convivem conosco hoje em dia. Conforme se vai aprofundando, espécies aparecem e desaparecem, mostrando-nos a evolução anunciada por Charles Darwin em 1.859. Sabemos que há 350 milhões de anos todos os continentes fundiram-se em um único, a Pangéia, formando o supercontinente ...

A maior extinção: a dos dinossauros não foi a primeira nem a maior

Vivemos um período de extinção em massa, tão agressivo que muitos já classificam nossa era como a sexta extinção. Outras cinco já aconteceram e poucas criaturas sobreviveram. Dos seres dominantes, hoje mal temos os fósseis para nos ensinar. E se não entendermos o sinal de alerta que a Paleontologia nos dá, faremos parte dos extintos também. Já sabemos que e como os dinossauros foram extintos há 65 milhões de anos e, agora, estamos descobrindo uma nova e maior tragédia ocorrida na passagem do Permiano e Triássico, há 250 milhões de anos.  Durante o período Permiano havia um sistema bastante complexo. É o que se descobriu. Essa descoberta teve início quando um fazendeiro encontrou uma pegada e, dez anos depois, um geólogo a levou à Universidade de Bristol. Iniciou-se o longo caminho a descobertas não imaginadas. Descobriu-se espécies desconhecidas, e que alguns répteis estavam tornando-se mamíferos. Entre esses "proto-mamíferos" encontramos o nomeado listrossauro (porco pré-h...

O asteroide do extermínio - como se descobriu o fim dos dinossauros

Ao escavar o solo, muitos fósseis foram descobertos, eram de animais que já não existem mais. Então, na Itália fizeram uma descoberta incrível que nos revelou que há 65 milhões de anos, 70% de toda a vida na Terra desapareceu. As escavações arqueológicas revelaram isso, muita vida existia até uma camada chamada KT, encontrada em todo o planeta. Abaixo dessa camada fina (1,5 cm) de detritos (entre eles o raro Irídio) encontramos muitos amonites. Esses seres viveram por mais de 300 milhões de anos, até serem extintos na camada KT. Acima dessa camada encontramos os animais modernos e abaixo os dinossauros. Essa camada foi primeiramente descoberta na Itália em 1979, seguindo-se pelo resto do mundo. O tempo foi avaliado em 65 milhões de anos. O Irídio é raro na Terra, mas abundante em muitos meteoros. Em 1980, foi proposta a “teoria do impacto”: um meteoro atingiu a Terra e matou os dinossauros. Mas onde está tamanha cratera? Os pesquisadores observaram que na camada havia quartzo e era ma...

Clair Patterson e a obsessiva medida do chumbo

Talvez poucos saibam, mas foi devido à medição da proporção entre urânio e chumbo que foi possível calcular a idade da Terra. Isso porque o urânio decai em chumbo. Assim, basta medir a proporção e teremos a idade, já que sabemos a meia-vida do urânio. O chumbo, apesar de tóxico, desempenhou grande papel para a humanidade. E já se sabia da toxidade no Império Romano, que via o mal que o metal fazia com mineradores e fundidores -a ponto de chamarem a doença de saturnismo- e mesmo assim insistiam em fabricar canos de chumbo para transportar água. O cientista Harrison Brown, da Universidade de Chicago, descobriu o decaimento do Urânio em chumbo  em 1947 e escolheu Clair Patterson, um aluno brilhante, recém-formado, para fazer a pesquisa. E Patterson fez algo mais, salvou a humanidade de um colapso. Patterson nasceu no Iowa, em 2 de junho de 1922, filho de um carteiro, graduou-se em geoquímica no Grinnell College em Grinnell, recebeu seu Ph.D. na Universidade de Chicago, e sempre traba...

A idade das rochas da Terra: como elementos radioativos ajudam a medir o tempo

Como os cientistas calculam a idade do planeta Terra? Através da geocronologia, que é a ciência que estuda métodos para determinar o tempo geológico, ou seja, o registrado nas rochas. Até o século XVII, estimava-se a idade da Terra em até 100 milhões de anos. Obviamente, não havia bons métodos.(Leia também o post anterior: Preâmbulo para calcular a idade da Terra ) Atualmente, a radioatividade permite estimar a idade de uma rocha com precisão. Como? Alguns elementos químicos emitem partículas radioativas, transformando-se em outros elementos. A descoberta da radioatividade aconteceu em 1896. Em 1911, Arthur Holmes, propôs a datação radioativa: usando o tempo que um átomo instável (conhecido como nuclídeo radioativo) emite espontaneamente radiação e se transforma em um elemento estável. Como cada elemento radioativo desintegra-se em um tempo determinado, pode-se calcular a idade. Dessa maneira o elemento-pai (radioativo) se desintegra emitindo radiação e se transforma no elemento-fil...