Os frades da Cantuária e a Missão Apolo: impactos de meteoros na Terra acabam camuflados, mas na Lua...

A nossa lua está cravejada de crateras causadas por impactos de cometas e asteróides. O tamanho do estrago revela a energia do impacto, ou seja, revela a massa e a velocidade provável. A maioria das crateras foi escavada bilhões de anos atrás. Nos últimos milhões de anos, esse tipo de evento tornou-se raro. Mas acontece!

A uns 65 milhões de anos, os dinossauros foram extintos, abrindo a oportunidade para que os mamíferos ocupassem a Terra e que nós, seres humanos, evoluíssemos e tivéssemos a nossa oportunidade de existência e capacidade de perpetuação.

A cidade de Cantuária (Canterbury em inglês) fica no sudeste da Inglaterra e é o principal centro religioso do Reino Unido. É o local onde vive o arcebispo da Cantuária, líder espiritual da Igreja Anglicana. Humanos povoaram essa região desde os tempos pré-históricos. A Cantuária foi também um centro administrativo romano. Depois, a cidade foi invadida pelos bárbaros jutos, sediando o Reino de Kent. Cantuária tornou-se conhecida graças à obra medieval de Geoffrey Chaucer, Os Contos da Cantuária.

Era um domingo antes da festa de São João Batista, junho de 1.178. Os monges da Cantuária terminaram suas orações da tarde. Alguns deles foram para fora aproveitar aquele entardecer de verão europeu. Então, eles testemunharam algo incrível, uma gigantesca explosão no lado da Lua.

Nesta época, o céu era visto como imutável, permanente. Esse evento contrariava toda sua crença. Deveriam registrar tal evento? Esse fato estaria anunciando algo ruim? O cronista do monastério, Gervais, havia se recolhido, mas registrou o que os seus irmãos viram.

Nas palavras de Gervais de Cantuária, “havia uma bela lua nova, seus chifres apontavam para o leste, como usualmente. De repente, o chifre superior dividiu-se em dois e, do meio dessa divisão, uma tocha flamejante surgiu lançando fogo, brasas e fagulhas a uma distância considerável. Então, a Lua ficou enegrecida”. Esse foi o testemunho de cinco monges que permitiu aos astrônomos atuais verificar o que aconteceu.

Se um corpo celeste houvesse atingido a Lua 800 anos atrás, seria possível verificar um efeito residual, a Lua ainda estaria balançando. Então, a NASA imaginou um experimento, espelhos foram deixados na Lua para que os pesquisadores daqui verificassem esse efeito. Um raio laser partindo da Terra e atingindo algum desses espelhos é refletido de volta e pode ser medido.

A Lua fica a 380 mil Km de distância. O tempo entre a partida do raio e a chegada pode ser medido e, se multiplicado pela velocidade da luz, a distância pode ser determinada com uma precisão de 10 cm. Com a repetição da medida por anos, qualquer balanço no movimento da Lua seria verificado porque a precisão da medida passa a ser menor que um milionésimo de um por cento. E verificaram que a Lua ainda treme, confirmando o relato dos monges.

E se um asteróide atingiu a Lua, acontecido a poucos séculos atrás, é possível ver os vestígios, como os raios brilhantes, linhas finas de poeira. No local da explosão descrita pelos monges, encontra-se a cratera Giordano Bruno e que apresenta os vestígios descritos.

Gervais de Cantuária prestou um grande serviço à humanidade duzentos anos antes que Chaucer e seus Contos de Cantuária. Seus escritos nos permitiram saber que a humanidade testemunhou um grande evento na Lua, o impacto de um asteróide, um evento que ocorrerá novamente com a Terra e que precisamos estar preparados.

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