A Aurora da Ciência


Falar de Ciência é muito interessante e nada mais curioso do que desvendar o início. Como nasceu a Ciência? Como ela foi organizada? Ainda estudamos na escola alguma coisa dos primórdios? 
Precisamos voltar ao início da própria espécie humana, quando nos tornamos caçadores e dominamos o fogo. Esses caçadores passavam os dias em caça e à noite reuniam-se em torno da fogueira, observavam as estrelas e imaginavam que eram outros acampamentos de caçadores. E se estavam no céu, por que não caíam? Deviam ser poderosos! Assim, nasciam as deidades celestes, uma para cada necessidade, que precisavam ser bajulados por sacrifícios. Nascia a "indústria" de sacerdotes.
O método científico nasceu na ilha de Samos, no mar Egeu, entre os anos 600 e 400 A.C.. Os gregos colonizaram essas ilhas remotas do Mediterrâneo. Foi aí que ocorreu o primeiro conflito entre ciência e misticismo, natureza e deuses, onde se acreditou que o universo era compreensível porque era ordenado e organizado -a ideia do cosmos contra o caos-, explicável sem a necessidade de deuses.
O Egito, a Babilônia, a China e a Índia eram impérios antigos e, por conseguinte, hostis a novas ideias. Já as ilhas Jônicas eram colônias novas, cidades-estado, onde o isolamento dos impérios promoveu a diversidade e o livre-pensamento. Mercadores da África, Ásia e Europa lá se encontravam e trocavam mercadorias, histórias e idéias. Interagiam muitas tradições, preconceitos, linguagens e deuses. Estavam prontos para experimentar, para questionar. E uma pergunta leva a outra.
O poder político, que estava nas mãos dos mercadores, promovia a tecnologia que lhes trazia prosperidade. Mercadores e artesãos foram os pioneiros na ciência. O primeiro cientista jônico foi Tales, de Mileto. Estudou a sedimentação do delta do rio Nilo, propôs uma origem da Terra por esse processo. Introduziu a astronomia e a geometria nas ilhas jônicas.
Depois, veio Anaximandro, de Mileto, que realizou o primeiro experimento científico da história, com um bastão fincado no chão, estudou a sombra que o sol fazia. Com um instrumento utilizado para agredir, Anaximandro mediu o tempo, a duração do ano e das estações.
Um grego originário da Sicília, Empédocles, usando um objeto de cozinha, o ladrão de água, descobriu a existência do ar, a matéria invisível. Deduziu que deveria ser tão dividida e tão fina que não podia ser vista. Então, Demócrito, originário de Abdera, continuou os estudos de Empédocles e propôs, por volta de 400 A.C., a existência do átomo (do grego que significa não divisível) e que todos as coisas eram compostas de átomos. Também, foi o primeiro a entender a Via Láctea como um agregado de sóis.
Porém, a liberdade de pensamento cessou logo, Anaxágora, contemporâneo de Demócrito, acreditava que a lua era composta de materiais semelhantes ao que encontramos na Terra. Como os místicos viam a lua como um deus, Anaxágoras foi condenado e preso por blasfêmia. O misticismo começava a vencer.
Pitágoras, que viveu na ilha de Samos, deduziu que a Terra era uma esfera. Era fascinado pela matemática e pelos cinco poliedros regulares (só existem cinco), em especial pelo dodecaedro (formado por doze pentágonos regulares, que virou o símbolo de seu misticismo). Seu grupo entrou em choque quando descobriram que a raiz quadrada de dois não era um número racional, isto é, a razão de dois números. Isso ameaçava a crença em um mundo racional (compreensível).
Os pitagóricos desprezavam a prática, a experimentação, criam que com o raciocínio deduziriam tudo. Essa crença encontrou seu maior expoente no ateniense Platão, discípulo de Sócrates, e que teve continuidade no seu discípulo Aristóteles. Depois, os cristãos adotaram a mesma linha de pensamento.
Foi preciso passar-se dois mil anos para que a observação e a experimentação fossem redescobertas.


UMA DICA: não que Platão não tenha sua utilidade, pelo contrário, seus livros são exercícios mentais para desenvolver a inteligência, assim, sugiro ao leitor que leia A República para treinar seu cérebro e ficar com o raciocínio mais afiado!

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