Cosmogênese antropogênica

No princípio, Deus criou o céu e a Terra. Criou a luz, o dia e a noite. Criou as águas... A narrativa do Gênesis quer dar uma classificação lógica e exaustiva dos seres criados, que vêm à existência seguindo uma ordem crescente de dignidade, até o homem. O texto utiliza uma ciência ainda incipiente, quase inexistente, e não se deve procurar estabelecer concordâncias com a ciência moderna, não há como, falta vocabulário, método, conhecimento de fato.

Apesar do Livro de Gênesis ter sido escrito há 3300 anos atrás, a visão da criação é muito boa. Veja-se que hoje calculamos que a Terra nasceu há quatro bilhões e meio de anos atrás. Meio bilhão de anos depois, iniciou-se o processo de criação da vida na Terra. Charles Darwin elaborou no século retrasado a Teoria da Evolução, uma tentativa de explicar cientificamente a origem da vida como uma consequência da evolução de espécies primitivas, através da mutação e seleção natural.

Mutações são alterações das características dos indivíduos causadas por fatores químicos ou radiativos que são transmitidos para os seus descendentes. A seleção natural elimina os seres que não apresentam vantagem na reprodução (e criação) ou na alimentação. A espécie que melhores vantagens tenha para isso “dominará” as demais.
Inicialmente a Terra não era como a conhecemos hoje, sua atmosfera e seus oceanos eram diferentes. Algumas moléculas que surgiram, sob certas condições, eram capazes de gerarem uma cópia de si. As mutações geraram moléculas cada vez mais eficientes em se copiar usando os materiais disponíveis no meio ambiente. A seleção natural eliminou as primeiras e a evolução continuou até as células e os organismos multicelulares. Para chegar até aí foram necessários 3,5 bilhões de anos (Quantos? É muito!).

Surgem os primatas que originarão o homem e o macaco. A aventura humana começou há 2 milhões de anos com o homo habilis. A evolução da espécie humana produziu a inteligência, que nos faz generalizar conhecimentos adquiridos pela experiência e usá-los para transformar a natureza para o nosso bem-estar. A sociedade é fundamental para a espécie, pois o conhecimento só se transmite pelo aprendizado. Assim, as sociedades mais sábias (sabedoria que tenha vantagem na reprodução e preservação, como as técnicas agrícolas e bélicas) sobrepujarão as demais.

E o que gera tudo isso? As leis físicas! As estrelas, como nosso Sol, existem devido à Lei da Gravidade, ou seja, a força gravitacional pode ser expressa como F=GMm/R2, que quer dizer que massa atrai massa na razão inversa da distância ao quadrado, quanto mais próximo mais forte. O "G" é a constante universal. Se o valor de G fosse diferente do que é, por exemplo, metade, somente estrelas gigantes conseguiriam acender o "forno" nuclear, nosso sol seria frio e, conseqüentemente, não existiríamos. Se fosse o dobro, os sóis "queimariam" muito depressa, nosso sol já estaria morto e não existiríamos!

Se as leis que regem as camadas eletrônicas dos átomos fossem um pouco diferentes, o carbono não teria capacidade de gerar cadeia e não existiria o DNA. E tantas outras leis que contribuem com a nossa existência. Todas devidamente calibradas para nos gerar, por que? É para pensar, não? Esta aberta a oportunidade para os teólogos, mas para os que defendem o multiverso, os universos tem leis aleatórias, como são infinitos, eventualmente surge um universo com nossas leis adequadas...

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