Planetas invisíveis

O céu sempre fascinou e aterrorizou a espécie humana. O sol, nossa fonte de calor e luz; os raios davam ao homem o fogo; a chuva e as estrelas que despertavam a imaginação e o surgimento de deidades que regeriam nossas vidas. Vimos que os astrônomos haviam identificado planetas, satélites naturais, cometas e asteróides.  Mas ainda faltavam descobrir os planetas distantes.
Acreditou-se que Saturno era o planeta mais distante até 1.781 quando o inglês Willian Herschel descobriu o sétimo planeta, denominado Urano, pai de Kronos (Saturno) e deus do céu. Urano pode ser visto a olho nu e não foi descoberto antes simplesmente porque tem, no céu, cinco mil estrelas mais brilhantes.
Comparado com Saturno, Urano tem 1/244 do brilho, sua distância do sol é o dobro e move-se com um terço da velocidade desse planeta. Essa lentidão levou o astrônomo francês Pierre Lemonnier a registrá-lo em treze posições diferentes, acreditando que eram estrelas diferentes.
O próprio Herschel descobriu, em 1.787, dois satélites: Titânia e Oberon (nomes tirados da peça "Sonho de Uma Noite de Verão" de Shakespeare). Em 1.851, Willian Lassell descobriu mais dois: Ariel e Umbriel (tirados da peça "A Tempestade"). Em 1.948, o quinto satélite foi descoberto, nomeado Miranda (também saiu dessa peça). Em 1.977, descobriu-se que Urano possuía também anéis, nove ao todo, embora bem pequenos.
O francês Alexis Bouvard, em 1.821, calculando a órbita de Urano, observou um pequeno desvio. Deveria ser a influência de um oitavo planeta. Em 1.845, o jovem estudante inglês de matemática John Adams calculou a possível posição do planeta e entregou ao astrônomo James Challis, que se julgou ocupado e o encaminhou para George Airy. Airy não recebeu Adams por estar jantando, depois, ao ver os cálculos, não julgou interessante. O jovem francês Urbain Leverrier calculou, independentemente de Adams, seis meses mais tarde, e encaminhou a Airy. Sem resposta, resolveu procurar o Observatório de Berlim.
Assim, o alemão Johann Galle achou o novo planeta. Por apresentar uma coloração verde, nomearam-no Netuno, o deus romano do mar (Poseidon para os gregos). Três semanas depois, descobriram um satélite, Tritão (filho de Poseidon), um pouco maior que a nossa lua, mas a massa é dez vezes maior. O curioso de Tritão é que ele move-se contra a rotação de Netuno, ao contrário dos demais satélites. Somente em 1.959, foi descoberto a segundo satélite, Nereida (principal ninfa de Poseidon).
Netuno não explicava todos os desvios na órbita de Urano, assim os americanos Percival Lowell e Willian Pickering, independentemente, calcularam e iniciaram a busca do nono planeta, no início do século. Pickering desistiu logo, mas Lowell persistiu por onze anos, perdendo peso e a paz, até morrer do coração. Finalmente, em 1.930, outro americano, Clyde Tombaugh, descobriu o planeta, entre 50.000 estrelas, chamado Plutão (o deus das profundezas do inferno) e sendo uma homenagem a Lowell já que as duas primeiras letras P e L são as iniciais do astrônomo persistente.
Plutão tem perto de 3000 km de diâmetro (é menor que a Lua que tem 3.476 km). Um satélite foi descoberto em 1.978, Caronte (um barqueiro segundo a mitologia). Por ser pequeno, não explica os desvios na órbita de Urano e Netuno abrindo a possibilidade de serem descobertos novos planetas. Ainda podemos ter novidades.
Bem, em 13 de setembro de 2006, a UAI incluiu Plutão, Éris e seu satélite Disnomia no catálogo de asteroides mantido pelo Minor Planet Center, dando a eles as designações oficiais (134340) Plutão, (136199) Éris e (136199) Éris I Disnomia.
Plutão possui cinco satélites naturais conhecidos: Caronte, e outras quatro luas menores, Nixm Hidra, Cérbero e Estige.




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