Johannes Kepler - Lembra das leis de Kepler? Brahe havia dito que a órbita mais estranha era Marte. Kepler chegou a um círculo que batia com 10 observações, mas não com duas outras. Poderia ter ignorado, mas não fez isso.

Até poucos séculos atrás, a humanidade acreditava que a Terra fosse o centro do universo. Até que o astrônomo Johannes Kepler apresentou um modelo matemático que explicasse o movimento relativo dos planetas, conforme fora proposto por Copérnico.

Kepler nasceu na Alemanha em 27 de dezembro de 1571 (morreu em Ratisbona, 15 de novembro de 1630). Foi enviado ainda criança ao seminário protestante de Maulbroun para estudar e seguir carreira teológica. Era a época da Reforma e esse seminário era um preparatório para enfrentar a Igreja Católica.

Em 1.879, Kepler foi para a Universidade de Tübingen, que era um local de grande efervescência intelectual. Um professor o apresentou aos princípios de Copérnico. Kepler não se tornou um clérigo, mas, em 1594, tornou-se professor de matemática em uma escola em Graz, na Áustria. Não deu certo, não era um bom professor.

Em uma dessas aulas, fez uma descoberta que alteraria o futuro da astronomia. Ele observou que desenhando um triângulo isósceles em um círculo, e um círculo dentro do triângulo, a relação entre o círculo externo ao triângulo e o interno, é a mesma entre as órbitas de Júpiter e Saturno.

Kepler lembrou-se dos cinco polígonos regulares de Pitágoras e pensou, são seis planetas e cinco sólidos, talvez Deus seja matemático. E gastou longas noites e muitos anos tentando colocar as órbitas e os sólidos perfeitos em um modelo. Nunca conseguiu porque isso não é verdade. Enfim, ele passou a suspeitar das precisões dos observadores e passou a procurar o melhor astrônomo prático da época, Tycho Brahe.

Brahe já havia convidado Kepler a trabalhar com ele, mas inicialmente recusou. Até que, em 1.598, um arquiduque local empenhou batalha para restaurar o catolicismo. Era o exílio ou a pena de morte. Kepler preferiu ser exilado e mudou-se para Praga para trabalhar com Tycho Brahe.

Brahe era um rico dinamarquês, nomeado a pouco como matemático real e já havia acumulado 35 anos de meticulosas observações. Brahe era um grande observador, mas não era teórico, precisava de Kepler, mas temia perder suas descobertas para outra pessoa e não fornecia suas observações. Um precisava do outro.

Em seu leito de morte, Brahe repetiu insistentemente a Kepler “não deixe parecer que vivi em vão”. Finalmente, Kepler recebeu da família de Brahe todas as anotações dos movimentos do planeta.

Brahe havia dito que a órbita mais estranha para se encaixar no modelo de órbitas circulares dos planetas era Marte. Após longo esforço, Kepler chegou a um círculo que batia com 10 observações, mas não com duas outras. Poderia ter ignorado, achando que era um erro de observação, mas não fez isso. Finalmente, descobriu que uma elipse, com o sol em um dos focos, explicava o movimento de Marte e encaixava todas as observações.

Primeira Lei de Kepler, “O planeta em órbita em torno do Sol descreve uma elipse em que o Sol ocupa um dos focos”.

Segunda Lei de Kepler, “A linha que liga o planeta ao Sol varre áreas iguais em tempos iguais”. Esta determina que os planetas movem-se com velocidades diferentes dependendo da distância que estão do Sol. Periélio é ponto mais perto do sol, o planeta anda mais rápido. Afélio é ponto mais afastado do sol, o planeta anda mais lentamente.

Terceira Lei de Kepler, “Os quadrados dos períodos de revolução dos planetas são proporcionais aos cubos dos eixos máximos de suas órbitas”.

Oito dias após descobrir sua terceira lei, iniciou-se a Guerra dos Trinta Anos. Uma epidemia trazida pelos soldados matou sua esposa e filho pequeno. Seu mecenas foi deposto e foi excomungado da Igreja Luterana (pensavam que isso só ocorria na Igreja Católica?).

Kepler escreveu uma ficção científica, uma das primeiras ficções, chamada “Somnium” (sonho). Nesta história, ele fez uma viagem à lua, através de um encanto de sua mãe, imaginou ver a Terra mudando de fases, navios estelares. Cento e trinta anos após sua morte, seu “sonho” realizou-se.

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