Ódio e perdão
publicado em setembro de 2002
Você certamente já leu no Novo Testamento que Jesus ordena que não odeie ninguém e que perdoe sempre, certo? Porém agora veremos o que a ciência descobriu sobre esses dois assuntos: ódio e perdão.
A pesquisadora Janice Williams, da Universidade da Carolina do Norte (EUA) conduziu uma pesquisa que descobriu que as pessoas que têm uma grande tendência a ficar com raiva apresentam o risco de ter um ataque cardíaco em quase três vezes maior que os mais calmos.
O estudo foi feito com cerca de treze mil adultos, acompanhados por seis anos. Todos foram entrevistados antes que tivessem ataques cardíacos, descartando possível raiva gerada pelo ataque.
A pesquisa graduou as pessoas em relação à disposição para a raiva em baixa, média e alta. Entre aqueles que tiveram um ataque cardíaco ou morreram por alguma doença do coração, a relação entre aqueles que têm uma alta tendência é de 2,69 vezes maior sobre os de baixa.
Assim, sentir frequentemente raiva é tão ruim para o coração quanto ter outros fatores de risco como pressão alta, colesterol alto, fumar e estar gordo.
Já um estudo liderado por Kathleen Lawler da Universidade do Tennessee (EUA) mostrou, pela primeira vez, que a pressão alta pode baixar quando a pessoa perdoa. Complementando a pesquisa anterior.
Essa pesquisa foi feita com 107 universitários. O objetivo era medir, quando eles fossem profundamente magoados, sintomas físicos, como a pressão do sangue, batimento cardíaco, tensão muscular e suor. Confrontando os sintomas com os níveis de perdão dado.
Os pesquisadores descobriram que perdoar aliviava os sintomas físicos. Um dado curioso é que os homens perdoam mais facilmente que as mulheres. Por isso as mulheres sentem mais ansiedade e têm pressão alta, em caso de mágoa.
Tal qual Jesus, que ordenou que seus seguidores perdoassem, os cientistas também acreditam que o perdão é uma decisão e aconselham o que fazer para perdoar.
Em primeiro lugar, deixe-se sentir toda a raiva e dor, não reprima as emoções. Depois, tenha o propósito de perdoar, é uma escolha pessoal. Finalmente, separe a pessoa do que ela fez. Perdoar não significa que a pessoa não pague por seus erros.
Para a ciência, como para a religião, o ressentimento é um veneno que acaba atingindo a si próprio. E para viver bem, é preciso eliminar todo sentimento de ódio.
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