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Mostrando postagens de julho, 2020

Brasil terá um grande deserto

    O jornalista Washington Novaes fez um excelente resumo da reunião em Marrocos da Convenção do Clima e que me lembrou dos estudos do INPE -que pouca gente conhece- sobre a desertificação do Sudeste e Centro-Oeste brasileiro. Quem observar os principais desertos, verá que existem por causa dos processos eólicos, ventos secos, e a exceção é o centro do Brasil, por quê? Por causa da Selva Amazônica. Desmatando a selva, teremos um imenso deserto.     O Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas mostra os impactos que o País sofrerá com essas mudanças e, apesar disso, ainda são poucos os esforços para combatê-los. Entre os problemas mostrados estão a redução da potabilidade da água, maior consumo de energia, maior risco de catástrofes nas cidades, como inundações e desabamentos, além de aumento de doenças relacionadas. Agravando o problema, será menor a geração de energia por hidrelétricas.     Em 2015, a taxa de desmatamento na Amazônia fez crescer em 3,5% as emissões de gases-estufa, c

Sistema de Computadores de Bordo de Satélites Artificiais

    A redução dos custos dos satélites artificiais foi acompanhado no crescimento de sua utilização nos mais variados campos de aplicação, pesquisa, militar e comerciais.     O satélite é composto de equipamentos de telecomunicações, suprimento de energia, computadores de supervisão de bordo e controle de atitude e órbita. Além de sensores, atuadores, câmaras e detectores para desempenhar seus objetivos.     O computador de supervisão de bordo tem a função de adquirir os sinais de telemetria, receber as mensagens de telecomando, gerenciar a carga útil, de implementar o controle térmico, a detecção, isolamento e recuperação de falhas.     O controle de atitude e órbita é constituído de um computador e dos sensores de atitude e dos atuadores e tem a função de manter a atitude pré-estabelecida do satélite e executar as manobras de mudança de órbita determinadas a partir do controle de solo.     O Software de Bordo é constituído de um conjunto de programas que facilitam o acesso às int

Um futuro para a Amazônia

    Para os cientistas Ismael Nobre e Carlos Nobre, a Terceira Via Amazônica, ou Amazônia 4.0, deve surgir de olho na crise climática e a ameaça global à biodiversidade, com soluções inovadoras e que utilize o conhecimento propiciado pela Ciência, pela Tecnologia e pela Inovação e planejamento estratégico para o florescimento de uma bioeconomia baseada na ideia de uma floresta em pé, com os rios fluindo, valorização da biodiversidade e do trabalho sustentável das comunidades locais.     Vê-se, por exemplo, as fragrâncias para perfumes, como o óleo de pau rosa, cotado a 200 dólares o litro, usado como componente de perfumes clássicos como o Chanel Nº 5. O óleo de amêndoa de castanha do Pará, usado em cosméticos, é vendido a 30 dólares o litro, ou em cápsulas como suplemento alimentar, chegando a 150 dólares o litro.     A ucuúba, que era usada para fazer cabo de vassoura, também tem enorme potencial na indústria de cosméticos. Hoje, a renda anual gerada por uma árvore de ucuúba em pé é

Os conceitos antiquados para a Amazônia

    Em artigo anterior, apresentei os cientistas Ismael Nobre e Carlos Nobre que escreveram um artigo para a Revista Futuribles apresentando a Terceira Via Amazônica ou Amazônia 4.0. E o que falha nas primeira e segunda vias?     Para os cientistas, a primeira via correspondeu, especialmente nas últimas décadas do século 20, à delimitação pelo Estado brasileiro de vastas áreas protegidas, como terras indígenas e unidades de conservação como parques e florestas nacionais, para assegurar que uma área grande do bioma amazônico fosse preservada perpetuamente.     Atualmente, quase metade da floresta está nessa condição. Entretanto, dados de satélite mostram que os incêndios estão aumentando em reservas próximas a áreas já desmatadas, principalmente após anos de seca intensa. Por exemplo, após a seca histórica de 2010, quase 30% da Reserva Indígena do Xingu foi afetada por incêndios florestais causados pela ação humana.     Assim, os extremos climáticos e a proximidade com a ocupação intens

A iniciativa Amazônia 4.0

    Ismael Nobre e Carlos Nobre, dois importantes cientistas brasileiros, escreveram um artigo para a Revista Futuribles em Português nº 2, edição de Setembro de 2019, em que apresentam uma iniciativa, a Terceira Via Amazônica, e o desenvolvimento do Projeto Amazônia 4.0.     É uma proposta que recusa a vocação natural do Brasil ser apenas uma potência agromineral, fornecedora de “commodities” para as nações industrializadas e pós-industrializadas. Em outras palavras, o Brasil vende produtos de baixo valor agregado e alto impacto ambiental, e compra produtos manufaturados e tecnológicos de alto valor, seguindo a mesma lógica que sempre caracterizou a nossa história.     A Amazônia está no centro de nossos desafios. Recuperar a imagem do Brasil como gestor eficiente e inteligente da Amazônia, da floresta preservada e produtiva certamente beneficiará nossa economia, especialmente os habitantes dos estados amazônicos.     É preciso abandonar os modelos adotados nas últimas décadas, tanto