Telescópio espacial Kepler

    Desde que Galileu montou seu telescópio, seguindo informações de um aluno holandês, e o apontou para os céus, a humanidade não parou de criar artefatos para melhor observar as estrelas. Vivemos uma era fantástica, testemunhamos esfuziantes as descobertas do primeiro telescópio espacial, o Hubble. Ultimamente, estava estrelando nessa área o Kepler.
    Infelizmente, o Kepler, responsável pela caça aos planetas extrassolares, fora do nosso sistema solar, apresentou problemas no sistema de apontamento e sem isso não é possível mais cumprir essa missão. Por quatro anos, fez descobertas incríveis, 135 planetas já confirmados e outros 3.500 candidatos em estudo.
    As imagens produzidas pelo telescópio espacial Kepler são analisadas considerando-se a luminosidade das estrelas. O Kepler detecta diminuições constantes no brilho de uma estrela em intervalos regulares. Essa variação no brilho é uma indicação de que há um planeta em sua órbita. Por exemplo, se alguém olhasse para o nosso Sol, observaria uma pequena diminuição da luminosidade do Sol a cada 365 dias, essa seria a evidência do planeta Terra.
    Na verdade, o Kepler aponta os candidatos a exoplanetas, mas são as observações mais detalhadas com telescópios terrestres que confirmam ou não a descoberta. Como os equipamentos do Kepler são muito sensíveis, foi possível descobrir candidatos até menores do que a Terra.
    Uma das últimas descobertas foi um planeta menor do que Mercúrio e pouca coisa maior do que a Lua, o chamado Kepler 37b. É um planeta que orbita uma estrela um pouco menor do que o Sol e localiza-se a 200 anos-luz de nós. Um vizinho, considerando a grandeza da galáxia.
    Um pouco antes, outros três planetas menores que a Terra foram descobertos orbitando uma estrela anã-vermelha que tem um sexto do diâmetro do nosso Sol. Os três planetas têm órbitas muito próximas da estrela, é o menor sistema solar já descoberto. Uma mostra da diversidade de sistemas planetários que existe na nossa galáxia.
    Com essas descobertas, os cientistas ligados ao Kepler acreditam que estrelas que tenham planetas em órbita seja a regra e não a exceção, e calculam uma média de 1,6 planeta por estrela. Estimam que a Via Láctea, nossa galáxia, tenha cerca de 50 bilhões de planetas. E, desses, 500 milhões estão na zona habitável, ou seja, um local onde as órbitas daí estão a uma distância da estrelas que faz os planetas terem temperaturas favoráveis à vida, ao menos como a conhecemos em nosso planeta.
    Como no universo temos uns 100 bilhões de galáxias, a estimativa de planetas com zona habitável é de 500 milhões de bilhões de planetas habitáveis (é o número 500 seguido de 15 zeros). Quando pudermos detectar água, aí poderemos sonhar com estimativas de planetas com algum tipo de vida.
    O nome do telescópio é uma homenagem ao astrônomo e matemático Johannes Kepler (1571, 1630), conhecido por suas leis da mecânica celeste, as Leis de Kepler, quebrou o conceito da época ao descobrir que as órbitas não eram circulares, como acreditava Copérnico, mas elípticas.

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