Encorajando empregados a errar

 Publicado em novembro de 2005

 

Uma pesquisa da Universidade de Michigan publicado no periódico “Organization Science” está demonstrando que o que leva uma empresa a criar inovações e ter grandes sucessos em longo prazo é premiar os empregados que tentam constantemente novas idéias e falham. Parece incrível? Só parece!

Foi o que constatou a professora de psicologia e negócios Fiona Lee. Para a pesquisadora, atualmente a inovação é uma espécie do Santo Graal do gerenciamento, para sobreviver é necessário constantemente experimentar novas idéias e não ficar ancorado em velhas rotinas porém, as empresas não apóiam abertamente seus empregados à experimentação, na verdade, elas inibem a inovação, como mostra a pesquisa.

Em toda empresa há empregados que tentam novidades e outros que não, porém quando um gerente manda uma mensagem confusa, as pessoas ficam receosas e param de tentar novas idéias. E empregados que temem errar tendem a não correr riscos experimentando, ou seja, a ausência de segurança psicológica causa paralisia.

E como a inovação só acontece após acumular-se muitas e muitas falhas torna-se importante dar atenção para isto. Temos como exemplo, Thomas Alva Edson que realizou milhares de experimentos para conseguir inventar a lâmpada de filamento. Muitas tentativas fracassadas para um único sucesso. E que sucesso.

O esforço de Edson está muito acima de nossa capacidade e coragem. Qualquer um de nós desistiria na terceira tentativa. Não custa lembrar que Newton inventou o Cálculo Diferencial e Integral quando estava com pouco mais que vinte anos. Idade que enfrentamos as equações de Newton com grande dificuldade para aprender o que ele “inventou”.

As descobertas da Universidade de Michigan, entendo que valham também para outras áreas, como Escola, família e Religião. Se os professores, pais e pastores quiserem criar pessoas criativas e resolutivas devem seguir os mesmos conselhos.

É uma reflexão interessante já que pais e religiosos temem o risco de ver seus protegidos ferirem-se. Talvez o segredo seja ir dosando, ou seja, investindo, começando com um pouquinho até arriscar grandes fortunas, como fazem os bem-sucedidos investidores. Errar faz parte do aprendizado.

E como a pesquisadora descobriu, as pessoas que improvisam e experimentam novidades são mais hábeis para se adaptar às mudanças constantes da empresa moderna. Por isso, o Banco da América, entre outras empresas, já encorajam seus funcionários a experimentar sem medo de serem punidos por eventuais erros.

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