Clair Patterson e a obsessiva medida do chumbo
Talvez poucos saibam, mas foi devido à medição da proporção entre urânio e chumbo que foi possível calcular a idade da Terra. Isso porque o urânio decai em chumbo. Assim, basta medir a proporção e teremos a idade, já que sabemos a meia-vida do urânio.
O chumbo, apesar de tóxico, desempenhou grande papel para a humanidade. E já se sabia da toxidade no Império Romano, que via o mal que o metal fazia com mineradores e fundidores -a ponto de chamarem a doença de saturnismo- e mesmo assim insistiam em fabricar canos de chumbo para transportar água.
O cientista Harrison Brown, da Universidade de Chicago, descobriu o decaimento do Urânio em chumbo em 1947 e escolheu Clair Patterson, um aluno brilhante, recém-formado, para fazer a pesquisa. E Patterson fez algo mais, salvou a humanidade de um colapso.
Patterson nasceu no Iowa, em 2 de junho de 1922, filho de um carteiro, graduou-se em geoquímica no Grinnell College em Grinnell, recebeu seu Ph.D. na Universidade de Chicago, e sempre trabalhou no California Institute of Technology (Instituto de Tecnologia da Califórnia).
Brown escolheu Patterson porque este era muito experiente com o espectrômetro de massa, além de ter trabalhado no projeto Manhattan. A pesquisa consistia em descobrir como medir a quantidade de chumbo dentro de cristais de zircão, porque uma vez formado o cristal, nenhum urânio poderia entrar ou sair, apenas decair em chumbo. A medição do urânio no mesmo cristal foi atribuída a George Tilton.
Tilton obteve sucesso rapidamente, medindo sempre 3,2 partes por milhão. Patterson não conseguia um resultado coerente, foi quando intuiu que o laboratório estava contaminado... Então fez tudo que poderia fazer para limpar o laboratório por dois anos, esterilizando recipientes e ferramentas, purificando produtos químicos... E nada!
Uma grande oportunidade apareceu quando Harrison Brown foi para o Instituto de Tecnologia da Califórnia, em Pasadena, e chamou Patterson. E seis anos eliminando a contaminação de chumbo no ambiente levou-o a construir a primeira sala ultralimpa do mundo. Finalmente, pode fazer as medições e calcular a idade da Terra: 4,5 bilhões de anos de idade.
Porém, sua experiência com chumbo o levou em rota de colisão com as maiores corporações do planeta, a indústria da gasolina, a causadora da contaminação por chumbo.
E o chumbo é venenoso porque imita outros metais, como o zinco e o ferro, que as células precisam. O chumbo também bloqueia neurotransmissores e interfere nos receptores moleculares que são vitais para a memória e aprendizagem. É principalmente prejudicial para as crianças.
Patterson ficou sem financiamento para suas pesquisas, mas teve o apoio do governo americano, do exército, da marinha, da Comissão de Energia Atômica, do Serviço Público de Saúde e da Fundação da Ciência Nacional. Vinte anos depois conseguiu banir a tetraetila de chumbo da gasolina, salvando toda a humanidade.
O chumbo, apesar de tóxico, desempenhou grande papel para a humanidade. E já se sabia da toxidade no Império Romano, que via o mal que o metal fazia com mineradores e fundidores -a ponto de chamarem a doença de saturnismo- e mesmo assim insistiam em fabricar canos de chumbo para transportar água.
O cientista Harrison Brown, da Universidade de Chicago, descobriu o decaimento do Urânio em chumbo em 1947 e escolheu Clair Patterson, um aluno brilhante, recém-formado, para fazer a pesquisa. E Patterson fez algo mais, salvou a humanidade de um colapso.
Patterson nasceu no Iowa, em 2 de junho de 1922, filho de um carteiro, graduou-se em geoquímica no Grinnell College em Grinnell, recebeu seu Ph.D. na Universidade de Chicago, e sempre trabalhou no California Institute of Technology (Instituto de Tecnologia da Califórnia).
Brown escolheu Patterson porque este era muito experiente com o espectrômetro de massa, além de ter trabalhado no projeto Manhattan. A pesquisa consistia em descobrir como medir a quantidade de chumbo dentro de cristais de zircão, porque uma vez formado o cristal, nenhum urânio poderia entrar ou sair, apenas decair em chumbo. A medição do urânio no mesmo cristal foi atribuída a George Tilton.
Tilton obteve sucesso rapidamente, medindo sempre 3,2 partes por milhão. Patterson não conseguia um resultado coerente, foi quando intuiu que o laboratório estava contaminado... Então fez tudo que poderia fazer para limpar o laboratório por dois anos, esterilizando recipientes e ferramentas, purificando produtos químicos... E nada!
Uma grande oportunidade apareceu quando Harrison Brown foi para o Instituto de Tecnologia da Califórnia, em Pasadena, e chamou Patterson. E seis anos eliminando a contaminação de chumbo no ambiente levou-o a construir a primeira sala ultralimpa do mundo. Finalmente, pode fazer as medições e calcular a idade da Terra: 4,5 bilhões de anos de idade.
Porém, sua experiência com chumbo o levou em rota de colisão com as maiores corporações do planeta, a indústria da gasolina, a causadora da contaminação por chumbo.
E o chumbo é venenoso porque imita outros metais, como o zinco e o ferro, que as células precisam. O chumbo também bloqueia neurotransmissores e interfere nos receptores moleculares que são vitais para a memória e aprendizagem. É principalmente prejudicial para as crianças.
Patterson ficou sem financiamento para suas pesquisas, mas teve o apoio do governo americano, do exército, da marinha, da Comissão de Energia Atômica, do Serviço Público de Saúde e da Fundação da Ciência Nacional. Vinte anos depois conseguiu banir a tetraetila de chumbo da gasolina, salvando toda a humanidade.
Este é o post que conclui os anteriores, se não leu, leia:
A idade das rochas da Terra: como elementos radioativos ajudam a medir o tempo
Como os cientistas calculam a idade do planeta Terra? Através da
geocronologia, que é a ciência que estuda métodos para determinar o
tempo geológico, ou seja, o registrado nas rochas. Até o século XVII,
estimava-se a idade da Terra em até 100 milhões de anos. Obviamente, não
havia bons métodos.
O ser humano tem uma característica maravilhosa, a diversidade.
Absorvemos conhecimentos por experiência própria e por meios de
transmissão, como livros e TV, isso forma nosso modo de pensar, nossas
filosofias, religiões e teorias científicas. Nossa contribuição
atualmente é insignificante, salvo raras exceções, porque tudo está
formado, embora nos comportemos
como os descobridores daquilo que seguimos. Também julgamo-nos sábios e
queremos impor nossas “verdades” aos demais. Às vezes, exageramos e
passamos dos limites. Assim, a primeira qualidade para viver em
comunidade é o respeito ao livre-pensamento, ao que o outro pensa e crê.
Para os judeus, Deus criou o universo e a Terra há quase 6000 anos. Já
os hindus criam que tudo fora criado há mais de 8 bilhões de anos, caso
único de uma cultura acreditar nisso. Para a ciência, hoje, calcula-se
em mais de 12 bilhões de anos. Sendo que a Terra teria uns 4 bilhões e a
há um bilhão de anos, as primeiras plantas liberam oxigênio na atmosfe…
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