Desertificação do Brasil: Há alguns anos, fui surpreendido por uma pesquisa que cientistas que ocupam, no INPE, um prédio vizinho ao meu, faziam, o Brasil terá um grande deserto
O desmatamento da Amazônia é um terrível mal que se faz à nação
e poucos são os que entendem. Ele acontece principalmente através de queimadas
e é feita para implantar campos de cultura de soja e para a criação extensiva
de gado. O desmatamento acelerado, segundo os cientistas do INPE, causará um
grande impacto para o clima de toda a América do Sul, transformando o
Centro-Oeste e Sudeste do Brasil em um grande deserto. Isso porque grande parte
das chuvas de São Paulo a Brasília é devido à umidade da Amazônia. As grandes árvores
retiram água do solo amazônico através de suas raízes de até 18 metros de
profundidade e umedecem o ar pela transpiração das folhas. Sem floresta, sem
umidade, sem chuvas no Sudeste, deserto!
Pesquisas mostram que o brasileiro é consciente dos perigos
do aquecimento global e dos problemas ambientais geradas pelas queimadas. A
mídia brasileira tem atuado bem na cobertura do evento. Porém, pouco se vê como
resultado prático, pouca movimentação dos políticos em fazer alguma coisa.
As mudanças da legislação pode ser um retrocesso gigantesco,
o primeiro passo para acelerar o processo de desertificação que está
acontecendo e pouca gente tem conhecimento adequado para entender isso. É
preciso acabar com o desmatamento ilegal e punir severamente quem destrói nossos
recursos naturais.
Enquanto isso, de acordo com um estudo encomendado pelo
Ministério do Meio Ambiente ao governo mineiro e executado pelo Instituto de
Desenvolvimento do Norte e Nordeste, um terço de Minas Gerais virará um deserto
em 20 anos, a continuar a agressão ao meio ambiente. Ou seja, além do
aquecimento global, desmatamento, monocultura e pecuária intensiva,
empobreceram o solo de 142 municípios do Estado. Esse evento impacta um quinto
da população mineira, ou 2,2 milhões e está localizado na região norte do
Estado e nos vales do Mucuri e do Jequitinhonha.
Estima-se que seja necessário investir R$ 1,3 bilhão nas
próximas décadas para frear o processo. O Programa de Ação Nacional de Combate
à Desertificação tem orçamento ridículo para combater a desertificação no país.
Como se diz no interior, não dá nem para o cheiro. Quem observar no mapa, verá
que Minas é muito grande e implementar novas reservas naturais de vegetação e a
recuperação dos recursos hídricos demanda também profissional qualificado e
maciça campanha publicitária, haja vista que é preciso reduzir o espaço
destinado ao gado nas áreas de caatinga e restringir atividades como a extração
de carvão que prejudicam o meio ambiente. O próprio governo mineiro investiu na
construção de barragens. Paliativos que não resolvem o problema, novamente, é
preciso conscientizar e fiscalizar.
Certamente a capacidade do governo para fiscalizar e punir
está muito longe, haja vista o desmatamento da Amazônia. Aliás, um bem
precioso, a madeira de centenas de anos queimada inutilmente, nem para gerar
energia. Um crime imensurável ao patrimônio nacional.
Enquanto o sistema DETER do INPE continua soando o alarme
para o desmatamento criminoso dos ambientes brasileiros, nossos políticos
continuam sonhando com um país rico no curto prazo e ignoram a herança que estão
deixando para as futuras gerações.
O dinheiro, propinas e outras aberrações cantam mais alto do que o futuro do país. Infelizmente.
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