Adolescentes e violência

 Publicado em novembro de 2002

 

Os resultados da mais ampla pesquisa feita nos Estados Unidos sobre adolescentes mostram que a família, a escola e a igreja desempenham um papel importante na proteção da juventude contra o uso de álcool, cigarro e maconha, bem como violência, suicídio e sexo precoce.

A Add Health (National Longitudinal Study of Adolescent Health) entrevistou 90.000 estudantes na primeira fase e, na segunda fase, 20.000 estudantes e seus respectivos pais. Confirmaram o que todos nós já intuíamos, os adolescentes afetivamente ligados aos pais e satisfeitos com o relacionamento familiar são menos propensos a comportamentos que prejudiquem sua saúde. Assim, meu amigo, a família continua sendo o local ideal para ter e criar filhos. E cabe a cada um a manutenção do bom relacionamento familiar.

O estudo achou muitos adolescentes tendo em seus lares fácil acesso a cigarro, maconha, álcool e armas. Esse é tipo de lar onde acontecem os maiores usos dessas substâncias, mais comportamentos violentos e pensamentos e tentativas de suicídio. E se o jovem trabalha 20 horas ou mais por semana, o que ocorre com 20% deles, a situação piora. Depois dessa, está na hora dos pais modernos repensarem sua moral e liberdade de educação de suas crianças.

Ao contrário do senso comum, o Add Health descobriu que os pais desempenham um papel central. Assim como os pais podem ajudar, também podem atrapalhar e muito. Portanto, menos desculpas e mais comprometimento familiar. Chega a ser engraçado, o pai se diz o chefe da família mas é o principal agente desagregador. Se você tem filhos, então pare um pouco a leitura e reflita bem o quem tem feito “realmente” por seus filhos e cônjuge, porque sua responsabilidade vai aumentar.

Nos E.U.A., 3,5% de todos os adolescentes tentaram o suicídio em 1997, um quarto deles eram fumantes, um sexto bebiam álcool, quase um terço fumavam maconha. Entre os que cursavam a sétima e oitava séries, 16% deles tiveram experiências sexuais precoces, entre os que cursavam o colegial, o índice era de 48,5%. Como se vê, o sexo precoce não é bom para a saúde física e mental dos jovens. E, hoje, com a televisão mostrando tudo a todos e “vendendo” sua moral (ou imoral), os pais, professores, padres, pastores e líderes comunitários devem estar comprometidos com um melhora de nossos meios de comunicação.

Atenção pais, deixem os preconceitos de lado e comecem a conversar com seus filhos sobre sexo, diretamente e sem rodeios. Para que o relacionamento com seus filhos não fique somente na bronca, procure conviver mais com eles, tenha uma atitude mais positiva e amigável e diga claramente a eles o que você quer e o que não quer, sem indiretas. A pesquisa mostra que isso ajuda muito mais que se calar.

O lar é a chave. A simples presença no lar de drogas, álcool ou tabaco aumenta a tendência ao consumo dessas substâncias. Se você quer um bom futuro para seus filhos, preste atenção ao que anda mostrando em casa.

A escola também é importante. Se os estudantes percebem que seus professores tratam os alunos com justiça então eles sentem-se ligados à escola e que fazem parte dela e estão menos sujeitos aos riscos à sua saúde. E não importa o tamanho da escola, da classe, a experiência do professor etc.

Caro colega professor, não veja nos alunos apenas receptores de conhecimento específico, antes os veja como se fossem seus próprios filhos, forme-os também moralmente e afetivamente. Ajude-os a vencer o desânimo e a depressão, faça com que fiquem melhores na sua presença. E então será verdadeiramente mestre.

A sociedade que queremos não surgirá do nada, nem daqueles que cruzam os braços. Para fazer algo é preciso saber antes, informação antes da ação. Assim, pesquise e difunda entre aqueles que você tem acesso, seja um agente transformador para melhorar nossa sociedade. 

 

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