O conteúdo verbal é pior que as cenas de sexo

Publicado em julho de 2005


A Universidade de Michigan fez uma pesquisa para medir a influência do conteúdo sexual da televisão nos jovens. E, ao contrário do que se pensa, a nudez, o visual sexual tem menos importância do que o conteúdo verbal, que se vê na TV, por exemplo.

O cientista Laramie Taylor entrevistou cerca de 200 estudantes universitários com idade entre 18 e 26 anos. Grupos formados aleatoriamente assistiram clipes com conteúdo sexual na forma visual, verbal e sem conteúdo sexual. Depois, os alunos responderam um questionário sobre suas atitudes e crenças sexuais.

Os videoclipes usados provieram de seis programas bem sucedidos nos Estados Unidos (aqui também): "Friends" (NBC), "Just Shoot Me" (NBC), "Ally McBeal" (FOX), "That '70s Show" (FOX), "The Simpsons" (FOX) e  "Dawson's Creek" (FOX).

A primeira constatação dos cientistas foi que as pessoas que vêem o conteúdo da televisão como realístico foram influenciados pelo conteúdo sexual da programação. Quanto maior a percepção realística, mais permissivo depois de assistir televisão com conteúdo sexual.

Já os participantes que não percebem o conteúdo da televisão como realístico não foram afetados significativamente pelas mensagens sexuais. Não perceber a TV como realística torna imune o expectador contra as influências.

A pesquisa demonstrou que as crenças sobre atividade sexual foram influenciadas pelo conteúdo verbal. Os participantes susceptíveis que assistiram na televisão clipes que continham personagens conversando sobre sexo emitiram opinião falsa sobre a atividade sexual de suas companheiras. Todavia, eles não foram influenciados da mesma forma por cenas com conteúdo sexual..

Nenhuma diferença entre homens e mulheres puderam ser observadas uma vez que 2/3 dos participantes do estudo feito eram mulheres.

Isso talvez explique a permissividade que nossa sociedade vive, minada por uma ideologia materialista e hedonista dos meios de comunicação que semeiam a corrupção das virtudes, a apologia aos vícios e o resultado esperado, a violência.

Fica a descoberta do estudo como um alerta para que as autoridades, os pais e os professores fiquem atentos aos programas, revistas, livros e músicas que nutrem nossos jovens.

Em suma, se vimos mais um aspecto que “o meio forma o homem” ou que “o homem é produto do meio”, não podemos esquecer que quem faz o meio somos nós, todos nós.

 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Clair Patterson e a obsessiva medida do chumbo

Feriados e violência

Família e vizinhança afetam o adolescente